quinta-feira, 20 de novembro de 2008

ENCHA-SE DO ESPÍRITO

Série de Mensagens sobre:

CINCO VOTOS PARA OBTER PODER ESPIRITUAL
(Série de mensagens a partir do livro do Pr. Tozer, do mesmo título)

“ENCHA-SE DO ESPÍRITO”



Apresentaremos hoje o quinto e último voto da série: “CINCO VOTOS PARA OBTER PODER ESPIRITUAL”. Esta série de mensagens surge a partir do livro de mesmo título do Pr. A. W. Tozer.
Vamos agora para o quinto e último voto que é: NUNCA ACEITE QUALQUER GLÓRIA!
Antes de apresentarmos algumas considerações sobre este quinto e último voto vamos recapitular os votos anteriores:
1º Voto – TRATE SERIAMENTE O PECADO. Pecado é coisa séria. Destrói vidas. Lares. Impede a concretização de sonhos. Oprime e deprime. Por conta disso o pecado deve ser tratado seriamente.
Infelizmente vivemos uma época de grande relativismo na fé em Deus, e por conta disso muitos estão deixando de tratar seriamente o pecado e estão caindo em muitas armadilhas.
Há no evangelho de Jesus Cristo uma santa radicalidade que não pode ser desconsiderada. Jesus disse que a porta que conduz a salvação é estreito e que o caminho que conduz a salvação é apertado (Mateus 7: 13,14).
Para ter uma vida que evidencie o poder de Deus o primeiro passo é tratar seriamente o pecado.
2º Voto – NÃO SEJA DONO DE COISA ALGUMA. É impossível seguir a Cristo dividido. Ou permitimos que Ele ocupe todos os espaços da nossa vida ou então não há como segui-LO.
Vimos que não ser dono de coisa alguma não significa abrir mão do sentimento de posse. O princípio é que tudo o que somos e que temos pertence a Deus. Como disse o ap. Paulo: “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11: 36)
É incrível como o sentimento de ter coisas tem impedido muitas pessoas de seguirem a Deus e muitos crentes de servirem a Deus.
3º Voto – NUNCA SE DEFENDA. Falamos sobre reputação. Vimos que “reputação é o que os outros pensam que você é.” Só que entre o que os outros pensam que você é e o que você realmente é existe uma grande diferença. Existe uma grande diferença entre reputação e caráter: reputação é o que os outros pensam que você é. Caráter é o que você realmente é. Ao invés de nos preocuparmos tanto com nossa reputação deveríamos nos preocupar mais com o nosso caráter.
4º Voto – NUNCA PASSE ADIANTE ALGO QUE PREJUDIQUE ALGUÉM. Ressaltamos nesta mensagem que o fofoqueiro não tem lugar no favor de Deus. O coração do crente deve estar repleto de bondade e não de maldade. O fruto do espírito na vida do crente produz, dentre outras coisas, amor, amabilidade, benignidade (Gálatas 5: 22).
Vimos no sermão do monte as várias orientações apresentadas por Jesus que devem servir de alerta para que não venhamos a prejudicar ninguém. Jesus ressalta neste sermão que com o critério que julgarmos também seremos julgados.
Agora vamos considerar algumas lições sobre o quinto e último voto que é: NUNCA ACEITE QUALQUER GLÓRIA.
Agora que já sabemos os cinco votos falta mais uma coisa: a disposição de praticá-los. Se buscarmos cumprir esses votos por uma via meramente humana e racional é certo que não conseguiremos. Se quisermos cumprir estes cinco votos para que obtenhamos poder espiritual é necessário que tenhamos: UNÇÃO!
Vamos ler o texto de Êxodo 30: 22,30 e I João 2: 18,27.
Qual o significado e sentido da unção no Velho e no Novo Testamento?
Unção significa "Ato ou efeito de ungir". Ungir quer dizer: "Untar com óleo ou com ungüento"; "Aplicar óleos consagrados"
Unção vem do substantivo grego, chrisma; daí, vem o verbo chrío, ungir; e o adjetivo christós, que significa "ungido". No hebraico, o termo ungido é Messias, aplicado a Cristo. A unção, na Bíblia, pode ser entendida de modo espiritual e literal, com a aplicação do azeite ou óleo sobre alguém ou sobre algum objeto.
Unção é uma capacitação dada por Deus para o exercício de uma finalidade. Assim é que no VT os reis eram ungidos (Sam. 10: 1; I Reis 1: 39,45; 19: 16). A unção fazia do rei um servo de Deus. É assim que eles deveriam proceder, mas poucos procederam desta maneira.
Os sacerdotes eram ungidos (Lev. 8:12,30). O sacerdócio era uma função vitalícia e cabia ao sacerdote fazer a conexão entre o povo e Deus. Os sacerdotes eram consagrados a Deus para cumprir os seus serviços.
Profetas eram ungidos. Assim que Eliseu foi ungido para ser o sucessor de Elias (I Reis 19:16). Profeta é aquele que fala em nome de Deus. Como alguém pode falar em nome de Deus sem a unção que vem de Deus?
O profeta Isaías fala da unção que viria sobre o Messias (Is. 61: 1,3). Jesus mesmo faz essa interpretação quando lê esse texto de Isaías na Sinagoga em Nazaré (Lucas 4: 14,20).
O autor do livro de Atos testifica da unção dada a Jesus quando diz: “Como Deus ungiu...” (Atos 10:38)
Alguns exemplos de unção no NT
Pedro no livro de Atos aparece com uma unção que pessoas doentes eram colocadas sob sua sombra e elas eram curadas (Atos 5: 15,16)
Diz o texto de Atos que até as roupas do ap. Paulo eram levados e quando os enfermos tocavam nelas eram curados (Atos 19:11,19)
Observamos a partir deste texto citado acima que a unção sempre cumpre o propósito de glorificar o nome de Deus e ganhar pessoas para Jesus. Sem unção não há poder. Sem poder não há manifestação do Espírito Santo e sem a manifestação do Espírito Santo não há salvação.
Os crentes, aqueles que aceitaram a Jesus como Senhor e Salvador, receberam de Deus a unção, ou seja, o penhor do Espírito Santo (II Coríntios 1; 21,22).
Os discípulos de Jesus tinham a prática de ungir os doentes (Marcos 6: 12). Tiago fala em seu livro sobre a unção dos doentes (Tiago 5: 13,15)
A unção é conseqüência de um ato de quebrantamento. Quem quer receber a unção de Deus precisa quebrantar-se perante Deus. É isso o que aprendemos a partir do episódio da mulher que ungiu os pés do Senhor Jesus com o vaso de alabrasto.
Nunca poderemos obter poder espiritual se não sustentarmos na presença de Deus a unção que recebemos no dia da nossa salvação. Quando o crente aceita a Cristo como Salvador ele recebe a unção do Espírito Santo, o penhor do Espírito Santo. Unção tem a ver com o Espírito Santo. Viver uma fé sem considerar na vida a atuação do Espírito Santo é viver uma fé capenga, sem expressão, sem penetração, sem valor.
Todo o crente em Jesus Cristo tem o Espírito Santo, mas nem todo o crente em Jesus Cristo permite a atuação do Espírito Santo em sua vida. Isso fica claro a partir da exortação do ap. Paulo quando ele diz “Não apaguem o Espírito Santo” (I Tessalonicenses 5: 19). Tem crente que aceita a Cristo como Salvador, mas que não permite a atuação do Espírito Santo em sua vida. Na linguagem do ap. Paulo ele está apagando o Espírito Santo.
No texto de Efésios o ap. Paulo diz: “Não se embriaguem com o vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito.” (Ef. 5: 18). Tem crente que prefere alimentar-se com coisas mundanas a dar Vazão ao Espírito Santo de Deus.
Esse enchimento do Espírito Santo nos mostra que todo o crente pode ter mais da presença de Deus em sua vida. Mas para isso ele precisa querer obedecer. Precisa estar preparado para pagar o preço de uma vida guiada pelo Espírito Santo.
Ser cheio do Espírito Santo implica em deixar que Jesus assuma por inteiro o controle da sua vida. Ser cheio do Espírito Santo é viver na dimensão de servo e exercitar na vida o Senhorio de Cristo.
Deus não tolera pecados. Portanto, quem quer ser cheio do Espírito Santo precisa ter disposição para renunciar o pecado. Muitos crentes não são cheios do Espírito Santo porque conservam pecados e mágoas na vida.
O texto de Tiago 4: 5, diz que o Espírito Santo que habita na vida do servo do Senhor Jesus tem ciúmes. Deus não quer um crente dividido. Ele quer o um crente por inteiro. Um crente dividido entre servir a Deus e usufruir dos prazeres do mundo não pode esperar a plenitude do Espírito Santo em sua vida.
Um crente cheio do Espírito Santo rompe com o sentimento de religiosidade. Ele tem uma mente renovada (Romanos 12: 1,2) e só pode ter uma mente renovada o crente que busca o enchimento do Espírito Santo em sua vida.
Um crente que busca o enchimento do Espírito Santo deve estar preparado para pagar o preço. É bem interessante e sugestivo o que nos diz o ap. Pedro em sua epístola (I Pe. 3: 15). Ele associa a santificação, o enchimento do Espírito Santo, a provocação.
Um crente cheio do Espírito Santo vive para glorificar o Nome de Deus e não para buscar a glória para si. Infelizmente muitos hoje estão usando o nome do Espírito Santo como forma de atrair a glória para si.
Que glória teve o Senhor Jesus? A cruz!
Que glória teve o ap. Paulo? A morte por pregar o evangelho!
O servo do Senhor Jesus não vive para receber a glória nesse mundo. A glória do servo de Deus está no porvir. Isso não significa que o servo de Deus vive nesse mundo como um coitadinho, um Zé ninguém. Não! Ele vive como um verdadeiro Filho de Deus. Age como um verdadeiro filho de Deus! Mas com uma diferença: ele transfere toda a glória para Deus.

Pr. Ailton G. Desidério

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